sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O Gato vira-latas e o Leal real

Da umidade do vento da chuva, nasceu um novo fruto de doce carinho, néctar, lábios,
E caroço amargo e duro. Minhas mãos, lábios, olhos, mente, coração, entranhas, estão em cima de um muro, nas garras nos dentes de um leão altivo e maduro. Pedaços de mim ora ou outra pulam o muro, carregados por esse leão altivo e maduro. Vago do outro lado do muro, despedaçado, inseguro, observo distante a cúspide de seu castelo do outro lado do muro.
E repentinamente, ladino em obstruosidade de lá para cá pula o muro, traz-me seu fruto doce, lábios, néctar, maduro, acolhe-me em sua juba um gatinho moribundo. No soar das trombetas da realeza, num pulo, retorna, apenas me resta um caroço amargo e duro.


31/12/1011

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