quinta-feira, 22 de julho de 2010

Manhã Fria

Em meu ninho de loucos, poderia eu um dia, despertar bem cedinho, e lhes preparar um cafezinho forte com pitadinhas de chumbinho, sentar-lhe-ia a mesa junto à todos, com um ultimo “bom dia” beberia de meu café,saberia; (como um dizer de “boa morte”), morreria em fim sem sorte, todos juntos, sem fantasias,e sem alegrias.
E em tão, nos jornais surgiria, “jaz uma triste família em uma manhã fria”.
Texto: Marcelo Felipeti J

domingo, 18 de julho de 2010


Talvez eu queira abrir os olhos, e nada mais ver, sabendo que tudo foi apenas uma louca alucinação. Talvez eu queira abrir os olhos... e saber que tudo foi de fato verdade, e sentir que poderia viver tudo novamente sem gritar ao céus mil vezes maldito. Amanhece-me a alma quando o silencio em sua mais doce poesia acaricia-me os olvidos, preciso inundar-me de uma paz que tanto foge-me ao espírito, falta-me fôlego, falta-me pedaços cujo o mundo já á de ter engolido a muito tempo, salta-me ao olhos passagens subterfúgio, surrealistas, que acolhem ilusoriamente todo esse meu ser “ébrio” e “louco”.

Texto: Marcelo Felipeti J Fotografia: Pierre Et Gilles

segunda-feira, 12 de julho de 2010



Oh pueris gestos; discordâncias,
Oh grinaldas lembranças efêmeras,
Nada mais que, secas rosas sem perfume,
Um punhal sem gume, fere contundente.

Eflúvios gélidos adornos,
Açoites lembranças, de teus gestos de abnegação,
Jazidos agora embora ainda ébrios,
Durma torpes nodoas, sem afago nem rosas.
Texto e Fotografia: Marcelo Felipeti J

sábado, 10 de julho de 2010

Eis que me encontro sedento de teu calor, em gestos clandestinos tenho culpa, por apenas querer teu bem e teu amor?. A incessante busca de teu olhar tem me levado ao ridículo, mas eu seria de fato ridículo se não tentasse ao menos...Confesso que já tive controle sobre tudo o que sinto, mas me permiti sentir-me febril toda vez em que penso em você, agora talvez não mais possa ver o nascer da lua de outra forma. Penso em uma explicação racional para tudo isso, mas não posso me explicar. E se eu permanecer no frio ao lado de fora, queria pelo menos saber o que se passa em sua mente impenetrável. Uma indizível estupidez nos faz distante, neste instante podíamos numa imperiosa ligação uma fusão, estar vivendo em exagerada intensidade extraindo o máximo do que a vida nos deve.
Texto: Marcelo Felipeti J

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Um grunhido gutural ecoa pungente de corações à muito já esquecidos, em sangue quente e fervente numa terra horrorizada que, acolhe em teu submundo passado e sonhos nunca escavados.Vazios corações em vida transcendem a morte em intricas cicatrizes em nosso mundo de carnes ainda frescas... Passado... futuro... e presente, se cruzam de maneira insalubre se não primado da forma que lhe é digna por tal grandiosidade. Em sangue, nossos desejos e ganâncias escorrem as mãos , frustrações nos constroem numa arquitetura frágil, sórdidos semblantes cospem já sufocados com o veneno, o arsênico humano , o veneno devassado, ignóbil e torpe que nos fere a visão a alma e o coração. Nada se pode ser esquecido, jasmins não se plantam sobre ardentes rosas vermelhas, como aquelas crianças não se podem mais ser feitas crianças.
Texto: Marcelo Felipeti J

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Escrevo... apago.... escrevo.... e apago. Onde quero, não sei. Não sei por que escrevo, não sei nem o por que de minha existência aparentemente tão vã, nem sei se existo. Não sei que cor toma meus impulsos nesta tela, nem sei quem sou nesta paisagem. Queria saber em que paisagem estou, ao menos... Vejo todos cansados, sabe... não queria vê-los cansados, também estou, nem sei se ainda consigo sonhar, me orgulhava por apenas poder sonhar, e nem sei se posso mais. Se eu pudesse num sopro cálido cuspir tudo isso para fora, você enxergaria e sentiria o que em mim, sentimentos na mais pura essência, talvez não os vê-se tão cansados, talvez eu não estaria assim tão fatigado. Acho tudo isso tão belo, seus olhos tristes que me falam mentiras, está distancia já não sei se consigo suportar, está situação imunda meus pensamentos em desastres que me fogem as mãos, palavras me fogem a mente, me sinto tão repetitivo. Quando algo em vocês estiver prestes a brotar, estarei eu já falecido em frente a uma maquina velha de escrever, com textos toscos numa tentativa de sabe-se lá o que. Um adeus tereis escrito talvez. Estes cigarros já não completam a falta que você me faz, meus sorrisos não enganam mais ninguém, como você pode andar sem olhar para os lados? Como pode andar sem olhar para traz?. Fecho os olhos e está tudo sempre rodando, confesso que não agüento mais essas gargalhadas infantis, estarei queimando por dentro um acido que não me escorre aos olhos, Grite!!grite!”e quando eu gritar pela ultima vez, me farei em chamas, e renascerei como uma fênix para queimar mais uma vez.
Texto: Marcelo Felipeti j

domingo, 4 de julho de 2010

Meu ar este que perfura meus pulmões, quando em quando entre um orgasmo individual, e outro, sinto um amargo sabor escorrendo em minhas veias.
Todos ali um aos outros se consomem de maneira gasta, não queremos nos entender, queremos ser entendidos, assim todos permeassem ali encolidos, consumidos.
Meu amor sinta-me, me prove mesmo sendo amargo meu sabor, quero teu amor, sem nenhum pudor.
E quando acende um cigarro pela manhã já estará bem distante, eu sei.
Passei a tarde inteira perdendo tempo em besteiras, uma bebedeira as 3:30.
Hoje vi pela janela por trás das cortinas finas um semblante, assim como o meu, e pelas ruas percebi, um olhar...Assim como o meu....
Percebi também o seu, e sendo assim me percebemos felinos, sozinhos, buscando carinhos em mãos e mãos, que sem compromisso nos afagam. E logo com um gesto brusco, pulamos tristonhos, aturdidos em busca de um novo ninho. Já me julguei bastante forte e capas, meu querido rapaz, mas nunca tive paz... E nem sei se agüento mais...



Texto: Marcelo Felipeti J

quinta-feira, 1 de julho de 2010



Tudo o que á ser, ser vivo movimento e sentimento és parte de uma sinfônica tragédia, e na sua beleza mórbida e vaidade em que a dor nos veste, tereis olhos marejados por olhos marejados de angustia e solidão. Todos separados por grossas paredes vazias , inexplicáveis que, nos torpe e nos faz oco. Escutamos vozes num ermo de ilusões , gargalhadas sofridas. Estamos todos mascarados nesta sublime valsa, dançamos conforme a arte de ser parte de uma grande ópera trágica, um deus talvez nos assiste alguns consistem porém uma grande imensidão vazia como nossas vidas, sopra uma gargalhada oca num bafo doce de desilusões. Tardará a perceber que, este ser; nasceu para morrer e viver para sofrer numa busca por alguém ser, sem nunca ser ninguém, e nem ter.

Texto: Marcelo Felipeti J