quarta-feira, 18 de maio de 2011

Trialogo

Desperto mansamente, de um sono suave, o qual eu me encontrava parte da paisagem, em baixo a uma macieira; sua cúpula celta de galhos intrincados, pecados circulares e vermelhos, a luz de um entardecer penetrava-a como raios divinais entre as folhagens, e eu possuía um livro em mãos, que na verdade estava já esquecido pois minha atenção estava voltada a meu belo rapaz de cabelos negros esvoaçantes cujo praticava sua Yoda no ápice de seu nirvana, a dama de cachinhos dourados deliciava-se com uma maça, mordia-a carinhosamente e a observava girando-a em sua mão de branca de neve até dar sua próxima abocanhada, deitada sobre meu colo, com a outra mão enrolava seus cachos distraidamente. A cena pareceu perdurar por um longo tempo, até despertar-me com o som do carteiro dos ventos tilintando, agitando-se, me encontrava imobilizado, em meu peito, de um lado cachinhos dourados e de outro, cabelos negros como sombras, logo ela despertou como uma criança despertaria, olhou-me vaga, logo sorriu encontrando-me, passou a ponta de seus dedos em meus lábios circularmente, aproximou-se e lambeu selvagem minha boca entreaberta, levantou-se nua a Venus, recolheu ao chão tua fita de cetim azul turquesa e fez-se um laço nos cabelos como se vestir-se, abriu o baú de madeira ao pé da cama e pegou um insenso indiano de jasmins e flores de laranjeiras, ascendeu-o no insensário da mesa circular de centro, próximo ao Buda, Green men e deus pan, caminhou até seu sobretudo verde musgo pendurado no chapeleiro, e retirou de seu bolso um batom vermelho sangue, virouse em minha direção e passouo sorrindo, felina e infantil retornou ao seu leito, observava-nos, eu e meu rapaz de cabelos negros acolhido em meus braços, observou-nos com olhar quase que maternal. A ninfa mostrou-me seu instrumento de beleza com olhos de malícia, como se tentasse pan, e logo lhe sorri apronvando-a. Ela passou o batom vermelgo delicadamente para não desperta-lo, contrastando sua pálida pele e negros cabelos, despertou-no no ato.
Meus loiros anjos travessos. Disse-o brandamente, levantou-se veemente e abraçou-nos contra a cama, beijando-nos a face marcando-a de batom. A brincadeira envolveu-nos tomando-nos outros sentidos voluptuosos, senti a mão de ninfa acariciar minha vara, senti a mão esculpida em mármore de Adônis apertando-me a coxa, os três a arfar e os seis braços de Shiva movendo-se de forma descomunal.


Texto: Marcelo Felipeti Júnior