segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Para nunca mais voltar, até o dia da morte sendo o dia que o nunca, acaba,

Não guardarei rancor pois em mim existe ainda muito amor, pode-se questionar-se; se avia tanto amor, por que não esteve mais presente? Não sou onipotente, e não me submeteria a suas vidas medíocres, em todo caso também nunca estive presente em lugar algum a não ser ao paralelo, estive a tempos construído, procurando e vivendo meu mundo de sonhos, nem tanto vivendo... Sempre me falaram do certo, minhas praticas sempre foram fielmente do é o certo, no entanto o que é certo para mim , pode não ser o certo para você.

Andei a procura de palavras, que possam exprimir tudo o que se passa fora e dentro de mim, seria no mínimo vulgar colocar as mesma que possa dizer-se a verdade e a mentira, palavra que compartilha ambos os males, mas creio também que vocês me deixaram um pouco vazio, sempre acusando-me de que eu renegava o meu eu , o que é ridículo de se dizer, afinal em cada gesto meu eu permito-me exalar o que de mim é mais puro e verdadeiro, tendo muitas das vezes até ocultar minhas extravagância afinal o pouco que demonstro já causa grandes terremotos, nunca neguei-me, o que tornaria mais fácil minha existência pois sou tudo o que essa sociedade barata banal hipócrita mais enoja, inclusive vocês.

Gosto de pessoas de todos os sexos e todos tipos, como vocês devem já ter imaginado, vejo isso como uma forma de amor sem dogmas, nenhum deus em sã conciencia condenaria o amor, e minha erva que queimo neste momento me faz calmo, sinto a sensibilidade que um anjo ou ninfas devem sentir, e assim consigo agüentar a ditadura e a repressão que me cerca de todos os lados.

O que pretendo de minha vida? Fugir dos que me condenam e recriá-los, fugir da preção da sociedade e recriá-la, logo me vejo numa pequena fazenda com uma casinha de madeira coberta por hera-japonesa, um poço para que eu possa beber de minha água pura límpida, pequenas plantações de tudo o que eu for consumir, frutos, verduras e minha erva, quero minha vaquinha para produzir o meu queijo, também incluirei um teto solar para desprender-me totalmente dos “serviços” do governo, cavarei um fosso para não mais sujar água alguma com meus excrementos, e assim vivendo apenas do que produzo , terei meu refugio longe de todos.Meu sonho de cinema também não focará para traz, aceitarei qualquer cargo, mas quero estar presente neste universo do cinema, e todo o dinheiro que eu ganhar irei investir em viagens pelo mundo, fotografando todas as culturas e as mais belas paisagens.

Se pretendo ter filhos? Sim, adotivos afinal já tem gente sobrando demais neste mundo.

Se chegarei onde quero não sei , logo posso morrer com uma bala perdida ou não tão perdida assim, ou me acabar no meio do caminho apagando meu brilho tornando-me cinza, ou quem sabe eu mesmo não darei fim a minha existência. Sou grato a todos como também os culpo por tudo, mas agora já é tarde e tenho uma longa estrada pela frente, se sentirem falta de mim, assistam Phoebe in wonderland, o CD do filme vai estar sobreposto à esta mesma maquina de escrever que se encontra esta carta, “adeus”.

Marcelo F Junior


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Criança-corvo


Seduz-me a forma de uma vida sem formas, livremente coração, fogo, ar, e tudo que se faz mutável, inconstante, idéias paradoxalmente não lógicas, uma nova estrutura pode ser desenhada por minha leveza, sabendo disso torno-me um tanto pesado... Cotidiano muito bem vertebrado, de uma coluna extensamente reta que acabará por primeiro rabo depois cova de algo falsamente versátil de uma sociedade falsamente feliz, levam-me junto... Obviamente, sinto falta de compreensão mútua, mas como tal apedrejado por peculiaridades a parte mesmo sendo um siri, escondendo-me dentro de um casco ao fundo de um oceano escuro, fora disso sou um invertebrado, devorar-me-iam sem pestanejar, mal sabendo de que sou feito e por pouco não sou prato principal. Palhaço do povo, no entanto, a corte sabe que não sou palhaço. Traçando a estrutura vulgar de meu mundo, penso que talvez falte contato com os seres da terra para que eu possa me expressar, tenho sofrido de tédio, tira-me o olhar atento das coisas, por esse deus metafísico dos bandos das pedras que respira por nós, sem saber quem somos.
Eu quero o toque, e não atreva-se tocar-me sem a incandescente energia, alma, amor, quero que extraia o melhor de mim, para que nasça um fruto ainda mais esplendoroso por num ciclo de compreensão criaremos a alquimia perfeita de uma intelectualidade sobre á dos seres de pedra, intelectualidade estruturada sobre amor.
Como uma criança corvo, sobrevôo o mundo como algo em sua forma negra, alimento-me do que me dizem carniça, porém vejo como pequenas formas delicadas e novos sabores a ser degustados, criança-corvo é uma figura visada como morbigena, mal agouro, melancolia presente sendo consciente ao todo e separada junto ao seu lixo, sobrevôo e respiro de todos os ares.
Texto e Fotografia: Marcelo felipeti J