quinta-feira, 14 de julho de 2011

Insônia insana claustrofóbica infância

Pesadelos acoitam-me as noites dês de criança, criança pequena sozinha criança,

Sonhos sombrios malditos, como arte de uma mente diabólica,

Ruas sórdidas as quais sempre noturnas não me permitem retornar o caminho de casa,

Serpentes , cobrem as ruas e escorem as janelas,

Demônios de horror indizível, invadem meu quarto na penumbra, estrupam-me seres torpes ignóbeis,

O punhal o qual reluzente empunha minha mãe, apunhala-me satisfeita, num rito familiar, divino, todos riem diante de meu cadáver,

E quando obstruosas forças num frenesi em sombras e calafrios o pavor de algo que me espreita , me domina, logo transporto-me sobre um corpo suarento, convulsivo, maluco, que para e brilha, os olhos mortos, e em minhas mãos, resta o sangue o punhal e o pavor.

Como tais requintes do horror embalam-me de criança a ninar-me?

Sou filho de terras ressequidas, inférteis, demônios fiéis?

Eis que em sonhos desgraça, em vida, palhaço maldito, desgraçado tu és filho do mal? Predestinado foi a carregar um punhal, e quando nega-o toma de tua navalha. Tu és filho da puta, tem flores que ninguém as vê, tem sede dos justos mas julgam-no injusto, tem a vida disposta a sacrificar-la para o bem, mas sacrificam-na por sacrificar.

Toma-te o papel que Deus lhe deu demônio ingrato, tantos querem estar em teu lugar, ceifando roubando e gozando.

Não quero ceifar quero amar! Não quero roubar mas me entregar a um amor coeso!

Inefáveis terras enternecidas tenho em mim, se sou filho da lua sou também do sol!

Sonhei tempo demais,

Me rendo, não sonho mais,

Me desfaço, despedaço-me,

Sou teu roda viva, louca, feroz,

Mas eu mesmo, morreu um resto por ai,

Num dia assim por aqui,

Num 13 cruel como acreditam os supersticiosos,

Morri indigente, não vazio, na danação.