Meus joelhos doem, muito,
Meus olhos pouco vêem , muito sabem,
Minha boca tem sede, muita, muito tremula,
E tenho muita presa, corro, e não os vejo mover-se.
Meu peito doe, a angustia comprime-o as costelas,
Meu ar está longe, muito, não posso respirar,
Não entendo a calma, todos estão ruídos,
Não entendo a demora, a vida moída, miúda se esvai,
E ninguém nada, nada é, nada faz, nada sente, nada vive.