quarta-feira, 5 de agosto de 2009



Uma rosa violeta

Obelisco feminino seus olhos mortíferos,
Sensualidade felina, seus mistérios a muitos perturbam o sono,
Pungentes olhos melancólicos sabem também brilhar e sorrir como criança,
Teu nome por si mesmo abnegada, ela é outrora outro,

Seus sonhos fogem de suas mãos
Seus gestos mal compreendidos, mas sempre atraentes,
Seus lábios conhecedores de ambos os sexos
O seu coração, excelência muitas vazes consternado,

Quem és tu? Ser de dois sentidos; perguntar-lhe-iam,
Pouco sabem, nunca teriam respostas,
Coração tumefacto de emoções.


[ Homenagens a uma amiga muito amada]

Marcelo Felipeti
Fotografia: Nobuyoshi Araki

Retórico Devasso



O que diria eu mesmo de minha falsa realeza?
Sirvo-me uma grande dose de falça elegância,

O que é viver de vontades e ganâncias?
Para onde futuro e passado se presente inexiste,
Meu sexo convulso de anseios voluptuosos
Minha alma mal crescida, já tão falida e esquecida.
Minha verdade só a mim me cabe?
Governo sem que ninguém me ouça; mas tudo sempre faz sentido!
Minha arte já á tempo se fez lodosa.
Cansei de questionar-me.Só o que crio são monstros e dúvidas?
Não mais concentro-me no que aprecio,
Estou perdido em algo que nem sei se sou eu.
Acredito sem dúvida!contradizendo-se-me-ei logo a pós;tornando á afirmar redundantemente contraditório.
Não vejo mais onde palavra nem mesmo imagens,
Minha arte apenas eu posso ver,
É um veneno que me coroe,
É uma neblina que me sega , um impulso que me aprisiona

Embriagado mais uma vês...



Marcelo Felipeti