quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cessaram os temores, os horrores, abortei tudo o que tinha aqui para ter espaço só para você,

Morreu aquele velho ranzinza dos gatos, aquele medo do escuro, aquele medo de mim,

Estou lúcido , não sou uma nuvem , um sopro, um devaneio, sou teu, mas não sou teu ilusão. Aquele sopro, aquele olhar, aquele lugar que separei ao meu lado, aquela ave que apontei no vazio, ri-me debochei-me, tolo! Como sonhas criança!. E agora , posso rir novamente, não amargamente, mas posso dizer-me que não era ilusão.

É mais fácil dizer-me louco que dar-me uma explicação, mas era verdade, teu olhos, até mesmo tua voz!. Sou agora tudo que sempre amei, por que sou completo, sou repleto de você, sou eterno, sou o ar que tu respiras, infla-te o peito e sinta-me.

Os seres de mim bebem e dançam rodopiam em uma valsa louca, meu pan , meu vinho, meu eu mais belo, tornou-me real.

Esse sangue nas entranhas, era diferente, era sangue que sangrava, não esse que pulsa quente, o fenômeno vida, meu fenômeno vida, só agora é um fenômeno, só agora é vida.

Ontem quis-me sepultado, amanhã quero ao vento, depois quero ser terra, e logo sou paisagem, mas o que sei que sempre quero, é teus mais belos lábios sinceros, o precipício negro selvagem que devorou-me deliciosamente, esse olhos raros, devore-me amor, devora-me meu ar, devora-me meu sonho mais nobre, devora-me e me acolhe em tuas entranhas.

O fenômeno vida é o agora, fenômeno raro pouco. O que faz de teu pouco, teus segundos de existência, o que faz de teu fenômeno único pequeno raro, que faz de tua vida rápida , extraordinária, tua, estrela cadente?