terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Se o amor um dia foi livre, hoje , o homem o prendeu em quatro paredes, este animal selvagem falido como bichinho de estimação. Em quatro paredes, perdeu tua cor, suas asas caíram, o amor surto.

Se o amor um dia for livre, tudo terá sua cor, não existira peso sobre este leve amor, Mas em quanto isso, o amor esmaga, estraga, não pode ser amor.

31/01/1012

Marcelo Felipeti J.

Prostrado em amargo desprezo, deslizo nas laminas afiadas de meus pensamentos, e nem mesmo os ventos me tocam a face dura, distante, angustiada de quem se da conta mais uma vez, que basta-me confiar o meu céu para em troca jogarem-me ao inferno de perjúrio, infiel.
Aqueles que em minha vida amei, minha menininha a dama e o rei, por todos caro paguei, é que simplesmente confiei, e nesta de confiar amarguei.
Pari uma mentira em areias desertas, o calor faz com que exale este cheiro putrefato, deste feto infeliz, puseram meu amor numa balança, agora é fruto podre no mercado, em meus sorrisos, encontro de rios de lágrimas e desesperança, ou aquela criança já muito esquecida de face partida.

Marcelo Felipeti J.

Sonhei certas noites, que o amor era leve, que o amor era poesia em todas suas formas, o amor dançava perpétuo as horas sem se cansar, uma vida inteira sem parar. Em quanto vivi me confundi em sonhos, o amor me vestiu de palhaço tristonho, só eu não ri, só eu não vi a tempestade se aproximar. Em toda chuva dancei sozinho, ainda com os trajes de bobo da corte. Jurei as nuvens que me viram chorar, ao pássaros que me ouviram gritar, que seria dali adiante, um austero e nobre homem que não mais iria amar. Observei então seus gestos elegantes, suas cortesias insinuantes, teus diamantes frios e duros, tua sobriedade e vaidades, teus amores de tratados. Bastou-me, recolhi meus trajes de palhaço, vesti-me cuidadosamente como sempre o faço, busquei a nuvem mais pesada e, dancei sem questionar mais nada.

27/01/2012

Um conto, escrito e narrado por mim,
feito por ti, o qual dedicou o fim, a mim,
agora recolho a pena, e sigo escrevendo sozinho ,
esperando uma linha amena.

O Gato vira-latas e o Leal real

Primeiro ato: O começo, de um fim.

Da humidade do vento da chuva, nasceu um novo fruto de doce carinho, néctar, lábios,
E caroço amargo e duro. Minhas mãos, lábios, olhos, mente, coração, entranhas, estão em cima de um muro, nas garras nos dentes de um leão altivo e maduro. Pedaços de mim ora ou outra pulam o muro, carregados por esse leão altivo e maduro. Vago do outro lado do muro, despedaçado, inseguro, observo distante a cúspide de seu castelo do outro lado do muro.
E repentinamente, ladino em obstruosidade de lá para cá pula o muro, traz-me seu fruto doce, lábios, néctar, maduro, acolhe-me em sua juba um gatinho moribundo. No soar das trombetas da realeza, num pulo, retorna, apenas me resta um caroço amargo e duro.
31/12/1011

Segundo ato: O ponto final antes do Carnaval.

Em quanto sonhava, um sonho o qual perdia-se no horizonte em sua bela fronte, Ele despejou sobre meu colo, minhas entranhas em pedaços, aquele o qual um dia acolheu-me em teus braços, retornou ao teu castelo ao teu rei teu império. Despertei aturdido, recolhi todos meu pedaços mastigados, o bagaço desprezado. Busquei em meu casaco velho minha velha agulha , e voltei aquela historia de vagar a costurar retalhos , questionando-me se logo logo estarei vazio como um triste espantalho.

31/01/2012