sexta-feira, 5 de março de 2010







Traga-me, te suplico silencio, a mais dócil caricia para meu ínfimo coração. Dir-lhe-ei talvez em vão, o quão sôfrego e contundido tenho vivido, em medos e medos eis a verdade, não quero um misero “digno de pena”, meus olhos sentem e o meu calor fala, punido serei pela minha alma que nem creio em santo e Deus apenas por um outro mundo descobrir, trata-se de desejo famélico, por ares os quais eles não sabem respirar, e agora? Querem roubar meu ar! Sotoposto em torpeza por uma sociedade ignóbil, desluzindo-se em berros semi-serrados o que peço são águas mais claras e sobras mais tenebrosas, olhos como os meus, os que sentem, e uma musica perpétua que nos preencha em nossa magia, leves movimentos sob cúpulas divinais num baile vampiresco de nobres artitas, porém, aqui estou, neste érebo sem mistério e repleto de intolerância.

Fotografia e texto: Marcelo Felipeti J