Logo... logo... O amanhecer,
Despedaços são meus olhos embaraço és meus passos,
Logo logo adormecer,
O meu coração de alcatrão e solidão,
Eu aqui vadiando e o povo despertando,
Eu aqui a vadiar e pessoas trabalhar e estudantes estudar,
Não paro de pensar em que pensar?
Não sei me amar mas quero amor,
Um estupor fez minha dor de te querer e nem saber a quem querer,
E se eu morrer sem nem saber?
A vergonha de ser eu bateu em minha porta mais uma vez,
Apenas o que eu tinha á lhe servir era;
A cachaça e a fumaça,
Junto a desgraça que cheia de graça, toda palhaça, via graça em viver.
Logo, logo o amanhecer, sem caminho e nem prazer,
Volúpias que me dominavam, a luz do sol vão esmorecendo-se,
E sem afago volto ao meu quarto,
Nem boa noite e nem teu ar, deixa-me então afundar,
Em sonhos pois em sonhos sei voar.
30/01/2010
Texto:Marcelo Felipeti J
Ilustração: Takato Yamamoto