sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um samba torpe de um macilento desalento


Logo... logo... O amanhecer,
Despedaços são meus olhos embaraço és meus passos,
Logo logo adormecer,
O meu coração de alcatrão e solidão,

Eu aqui vadiando e o povo despertando,
Eu aqui a vadiar e pessoas trabalhar e estudantes estudar,

Não paro de pensar em que pensar?

Não sei me amar mas quero amor,
Um estupor fez minha dor de te querer e nem saber a quem querer,
E se eu morrer sem nem saber?

A vergonha de ser eu bateu em minha porta mais uma vez,
Apenas o que eu tinha á lhe servir era;

A cachaça e a fumaça,
Junto a desgraça que cheia de graça, toda palhaça, via graça em viver.

Logo, logo o amanhecer, sem caminho e nem prazer,
Volúpias que me dominavam, a luz do sol vão esmorecendo-se,

E sem afago volto ao meu quarto,
Nem boa noite e nem teu ar, deixa-me então afundar,
Em sonhos pois em sonhos sei voar.

30/01/2010





Texto:Marcelo Felipeti J

Ilustração: Takato Yamamoto