segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O murmúrio cântico dos infelizes

O murmúrio cântico dos infelizes

Salve-me, pois não tenho forças por muito as ondas fortes vem me roubado o ar,

Salve-me, pois não tenho mais voz, e não mais consigo gritar,

Salve-me, pois não tenho mais esperanças, o que me resta é apenas um instinto ao qual grita-me dever permanecer vivo,

Salve-me, pois o sangue que escorre-me aos olhos não permite-me enxergar a solução,

Salve-me, pois o oceano ao qual afogo-me, é perigoso, é o da insanidade, ao longe vejo meu eu lúcido perder-se junto as estrelas decadentes,

Salve-me, pois nunca julguei para que não fosse julgado, nunca culpei para que não fosse culpado, e agora tenho as mãos atadas, a boca e os olhos vendados, o corpo e a alma humilhados, e queimo numa fogueira sem fim.

Ame-me, pois em todos os mais belos lugares ao qual estive, guardei-te o seu lugar ao meu lado,

Ame-me, pois a cada passo ao qual venho dado, é destinado a te encontrar,

Ame-me, pois sofro calado tua ausência, para que não o incomode,

Ame-me, pois tu ocupa-se de todos meus sonhos, de todas minhas alucinações febris,

Ame-me, pois bebi de todo o veneno julgando que eu devesse sofrer, para que tivesse em troca o prazer de te ter,

Ame-me, pois meus sentimentos são verdadeiramente puros, e minha busca tem sido extremamente exaustiva,

Ame-me, pois amarei tudo o que todos julgavam ser seus defeitos, amá-los-ei como as mais belas qualidades,

Ame-me, ou mata-me, só peço que não tenha pena, já estou por demais retalhado de corpo e alma.

Texto: Marcelo F. Junior