quarta-feira, 2 de junho de 2010





Toca de coruja


Esse sopro fraco de imagens foscas e cores opacas
Esses sorrisos fotográficos e olhos estáticos
Esse cheiro, um perfume, um sabor,
Que vem e que passa e logo desperta;
Uma traça? Que coroe,
Uma realidade já incerta,
Vivi e vi viver ou sonhei com este amanhecer?
Já não me lembro,
Se foi setembro ou outubro,
Me desiludo, não volta mais.
Mas se fui capas de passar horas e horas
Naquela aurora já varrida,
Entre espaços sem associar tempo ou laços,
E nem enxergar feridas,
Apenas ouvindo o canto dos pássaros,
E imaginando o que pode existir além do espaço,
E se no escuro de uma toca de coruja,
Existe um castelo onde todo reino é belo,
Então assim sendo, morrerei sonhando com este castelo.

Marcelo Felipeti J