terça-feira, 11 de agosto de 2009

Envolto há folhagens secas, cobrem o chão o ano todo, arvores de eucalipto que se estendem, de forma que, pequenos fios de luz crepusculares penetrem. Uma revoada de pássaros negros sobrevoa. Ai então o que ensurdece é o silencio preenchendo-me Pouco a pouco.



Teu coração feito paisagem, apenas distancia,
Vidas de face inexpressivas, presos em teus sonhos,
Ramos que crescem e se perdem no vento,
Carrossel de desejos inebriados.

A carruagem lhe espera, vamos todos para onde?
Nossas paginas estão ao sopro do vento, folheando-se esvoasantes.
A folhagem a muito tempo secou-se , ainda quero sombras,
Não há expressão não importe o quão desesperado fique.

Muito obrigado, por tudo, sentirei saudades...
Carrossel de desejos embriagados.
Sorrisos, passagens que não posso mais... o tempo,
Os ponteiros cravados em suas mãos,
Passos atordoados insistem em perseguir sombras,
A musica se repete, e tudo ainda está girando,
Nossos olhos tumefactos de esperanças.

Marcelo Felipeti

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Teus cigarros e tuas feridas

Minha doce princesinha, porque seus olhos sangram?
Minha pequenina, consternada, tão mulher,
Seus lábios manchados, seus olhos negros,
Parece tão forte, sorri tão intensamente, seus passos são tão firmes!
Abraço-lhe, teus olhos tumefactos derramaram em lagrimas profundas,
Suas sórdidas feridas

Pelos becos escuros cambaleia até seus objetivos,
E no clarão dos olhos pisa firme com seu salto alto.
Tão orgulhosa minha garota.
Minha pequena crias-te esse seu veneno para defender-se,
Acalme-se só por agora, suas garras afiadas em vermelho,
As guarde para mais tarde Ana.

Busca-me um café por for favor e conte-me seus problemas;
Acendes-te seu fiel amigo, e fumaste como se fosse o ultimo.
Tanta magoa, a vida ensina-lhe tão jovem,
Mataste Deus, tão cedo,
Mas ainda sonhas, minha pequena, ninguém afogou seus sonhos,
E por isso ainda vive.
Marcelo Felipeti
[também em homenagem a uma querida amiga]

Sempre nos de paramos, meu pequeno,e ficamos nos olhando...nos observando curiosos.Fazemos parte um do outro, nos sentimos tão unidos, mas vivo meu lado e você o seu,lunáticos, felizes lunáticos, Queria poder lhe dar a mão, e ir embora com você. Minha doce ilusão, aonde meu coração se perde, e o buraco de meu peito se acaba, Quando nos levantemos, e nos despedimos com apenas olhares ainda curioso, posso sentir tanto tudo isso, ninguém além de nós é capaz de sentir, as cores que ninguém além de nós pode enxergar... Meu oceano, meu segredo, minha loucura, te quero tanto, Seus lábios são os mais venenosos, seus olhos o melhor transporte para qualquer lugar, e eu sou a dor, a que você observa curioso, sou o desespero e o incapacitado, sou a realidade e você os sonhos, queria um dia ser o inconsciente e você o cociente, queria um dia ser nós em um paralelo, queria a realidade de minhas alucinações... Despedimos-nos, e tão sutilmente vamos desaparecendo entre tudo, entre os sons os ventos as imagens os seres as cores os sentimentos.E o eu, volta à realidade.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009


Olivier de sagazan é um artista francês, pintor, escultor, e performance. nascido em 1959 em brazzaville (congo).
Sua obra perturbadora engendrada por sua excentricidade, expressa ululante consternação, a poucos se passa despercebida. Olivier de Sagazan é fantástico no que faz, seja como pintor,escultor e performance, seria impossível optar entre um de seus estilos.


Olivier de Sagazan website oficial







Em minha própria homenagem, pelos meus momentos quase que já diários de embriagásseis, Estas musicas são uma ótima trilha sonora para sua degradação alcoólica.

2002 - Lydia Lunch With The Anubian Lights - Champagne, Cocaine & Nicotine Stains

1.Nothing But Trouble. 4:05 2. Champagne ,

2.Champagne, Cocaine And Nicotine Stains

3.Potango Tango. 3:51

4.Guernicana. 2:17

5.Potato Tango (Remix). 4:24 Remix - Anubian Lights
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009



Uma rosa violeta

Obelisco feminino seus olhos mortíferos,
Sensualidade felina, seus mistérios a muitos perturbam o sono,
Pungentes olhos melancólicos sabem também brilhar e sorrir como criança,
Teu nome por si mesmo abnegada, ela é outrora outro,

Seus sonhos fogem de suas mãos
Seus gestos mal compreendidos, mas sempre atraentes,
Seus lábios conhecedores de ambos os sexos
O seu coração, excelência muitas vazes consternado,

Quem és tu? Ser de dois sentidos; perguntar-lhe-iam,
Pouco sabem, nunca teriam respostas,
Coração tumefacto de emoções.


[ Homenagens a uma amiga muito amada]

Marcelo Felipeti
Fotografia: Nobuyoshi Araki

Retórico Devasso



O que diria eu mesmo de minha falsa realeza?
Sirvo-me uma grande dose de falça elegância,

O que é viver de vontades e ganâncias?
Para onde futuro e passado se presente inexiste,
Meu sexo convulso de anseios voluptuosos
Minha alma mal crescida, já tão falida e esquecida.
Minha verdade só a mim me cabe?
Governo sem que ninguém me ouça; mas tudo sempre faz sentido!
Minha arte já á tempo se fez lodosa.
Cansei de questionar-me.Só o que crio são monstros e dúvidas?
Não mais concentro-me no que aprecio,
Estou perdido em algo que nem sei se sou eu.
Acredito sem dúvida!contradizendo-se-me-ei logo a pós;tornando á afirmar redundantemente contraditório.
Não vejo mais onde palavra nem mesmo imagens,
Minha arte apenas eu posso ver,
É um veneno que me coroe,
É uma neblina que me sega , um impulso que me aprisiona

Embriagado mais uma vês...



Marcelo Felipeti