quarta-feira, 8 de dezembro de 2010


Com passos de noiva velada, aproxima-se ela sem alarde sem nada, puxa-nos o fôlego com seu beijo quente, sudores febris envolve-nos, logo, o frio nos racha a alma, é ela a morte que nos observa sedenta por beijar-nos, é ela suntuosa, sempre vencedora das batalhas, possuidora dos vivos, assusta-nos com seus mistérios e suas peculiaridades. Seja piedosa com minha pobre carne, pois as dores da vida já muito a possuiu, seja piedosa com meus nervos já histéricos e esquizofrênicos, abrace-me cautelosa e magnânima, para que eu possa sentir a paz de partir, e não o desespero sobre a escuridão.

Texto e fotografia; Marcelo f. Junior