quarta-feira, 23 de junho de 2010


Famélico

Inefável estupor, adormece-me a mente,
E um véu me cobre o que se sente,
Sotoposto num érebo,
Tal ensejo doravante terei olhos por mais asas,
Famélico, quero devorar vida por vida criar, e ser vida,
Por ossos que contundiam e desprotegem meu céu,
Já tão nublado coração,
Cores em nevoas me colorem uma paisagem de um sonho,
Folhas de outono umedecem ao cair,
Teu suor, teu mel, meu sonho, um sonho?
Ou nódoas...De tudo que sangra por aqui,
Lutaram, equivocaram-se neste equivoco, por desluzir todo este azul,
Me encontro desencontrando-me , num mundo de desencontros,
Passo a passo devoro vidas, quero amor,
Passo a passo devoro assas, quero voar.


Ilustração & Texto : Marcelo Felipeti J