sábado, 30 de julho de 2011

Entre as flores o mesmo perfume, e as cores sempre cores, estáticas, mudas, nós que inventamo-nas, e o tédio, sempre aqui e ali, as mortes sempre berço, nada carrego, nada levo. Quem sou quando me permito ser feliz diante de tantas cabeças caídas nas guias , nas ruas, no céu? Quem sou eu que me permito sofrer toda minha rara vida por gente que nunca verei nem saberei se foi ou se mentiu, quem sou quando sou mais um? O corpo é prisão ou liberdade? Corremos colhendo memorias por ai, o que se planta sempre se consome, até aquela chama nos olhos some, e eu aqui, olhando o que esperam de mim, sendo o que penso que posso.
Mais uma mancha violeta na historia, fria, triste, mórbida, falaram que é algo que passa, é cor que muda, mas se não muda a terra sou sempre violetas. O que é belo da-me desgaste, mas é sempre belo, sempre encanta, e desgasta. Somos cacos de vasos quebrados, por ai, nada novo , apenas um remendo.
Está crescendo , eu sinto maior, tumor louco, olhos vagos, boca dolorida, pele que queima fria, e quando ao espelho olho, não condiz, com o que sinto, como me sentem.
Quando nos encontramos numa esfera , não enxergamos além dela, ninguém mais enxerga nada, sei perdoar, mas a decepção é i inevitável, decepção, palavra que invade, atordoa... Os homens sempre viverão por si só ? Buncando aos outros para que satisfasam-no , sosinhos não vivem, mas é só para o eu solitário que vivem, enxergo-nos brancos, um branco monstruoso, grande como de um sanatório, você se perde num desequilibrio por depara com o vazio de si, vamo-nos nos apagando, destorsendo a sanidade, retorsendo as memorias, apagando os prazeres. Entre os predios, numerosas familias de ratos, os ratos sempre ratos,o trabalho sempre trabalho, a vingança sempre se come fria, como a putana Maria, o dinheiro sempre compra tudo, o tudo sempre é pouco, Deus sempre está no céu, la lonje, os aflitos, sempre somos nós, e nossas dores sempre são as maiores, o que está lá, é sempre distante, e o que acontesse aqui é sempre culpa de lá, a estrutura é sempre a mesma, os diagnosticos estão servidos.
Dentro, aqui, de mim, neste oceano de mares distantes, de profundezas que se perde o ceu e o inferno, aqui que é tão distante dos meus olhos cinzas, de meus cabelos loiros, de meu jeito sufocante, de esgalgado delirante, aqui inabtado ermo, que lhe espero, como uma menininha que sonha com fadas.
Sou forte sendo assim tão fraco. Faz sentido?

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Amargurados assim

“Geração trauma” disse, e rimos, riso amargo e debochado, então bebemos, café amargo e mais um trago, e sonhamos, e tropeçamos naquelas lembranças loucas, nas amargas e soporíferas também, e nos perguntamos do amor já que tão escassa foi essa flor, e de velhos amigos lembramo-nos, já se foi, que mais se foi?
E se vamos, indo assim, neste ritmo de blues, e nos perguntamos, mais um traço amargo surgiu em mim? e lhe respondo o quão bela és para mim, e nos questionamos, por que ninguém mais nos ama assim?
Escarramos política, choramos uma nova poesia, inflamamo-nos em um novo cinema, debatemos um novo sexo, e fumamos mais uma infância.
Velhos amargos assim, quem diria que eu diria isso de mim.
Que surpresa trouxestes para mim! Tão verdinha cheirosa assim! E tragamos cinematograficamente, e dançamos e crianças novamente nos tornamos. Minha pequena, como nos criamos juntos assim? Como nos tornamos tão sensíveis assim?
Minha amada um dia ei de lhe trazer mil flores, sim, e com teus amores um grande jardim nos enterremos em jasmins.

Papoulas prosam poças enegrecidas dos delírios meus, fungos, ervas, e assas ventam odores lamuriosos, bosques obstruoso, espinheiros lindos enfeitam-me dores lúcidas, rola gorjeia entre os troncos torcidos, túmidos, dos corvos velhos e fúnebres. Tragam Pan para mim! Enxugo todo teu vinho, e nestas terras nascem rosas flamejantes.

Serpentes varias, amo-as damas loucas, envenenam-me e meu couro enfeitam-me.

Os vaga-lumes estão dançando alumiando os pinheirais, dança louca vento sopra, cantam os vendavais, toca escura, vozes cavernais, piam corujas e os monstros fascinantes cantam rituais.

Ophelia silencioso amiga fria e pálida, sou fantasma de teu mesmo bosque, perpetuei-me assombro, claustrofóbico em minha toca de sonhos abismais, onde entro o coelho branco gritando “ estou atrasado, atrasado, até mais!” e aqui ao meu lado , mora três corujas de olhos bem arregalados, observa-me cultas, o desventurado.

Alma de artista

Ele tens alma de artista ela diz. Eles riem. Artista? Artista não constrói , não produz, só chora, critica e desluz, diz o homem pedreiro. Artista ? só inventa mais cruz, depravados desgraçados, terra infértil disse Jesus. Gagueja a velha senhora de Deus. Artista! Ri a criança gorda. Artista é o mendigo da praça ao lado? Todos a debochar...

Artista! Grita o prefeito tomado de horror, artista só sabe por caraminholas na cabeça do povo meu senhor!

A mãe que outrora empolgava-se com a idéia, agora pouse a chorar. E agora! E agora!exclamava a berrar.

Não se aflijas minha senhora , outro filho Deus a de te dar, e se rezar, um belo doutorzinho ele á de te ser! E este, do demônio, cedo ou tarde das noites das ruas a de ser, esqueça-o , a de saber..

E a criança distraídas, mal sabe o mal que é viver, nesta terra que agente fez crescer.

Fiasco de criança

Sombras tremulas, espectrais revelam-se abismais, essas tais, rascunhos de infância, fiasco de criança, na caixinha nenhum brinquedo, bailarina manca dança e dança, embriagada sua musica de fadas, na caixinha jóias de menina, vazio das horas, ruas noturnas povoadas de sombras soturnas, em noites serpentes luziam em sonhos no ninho, pueril criança, feita de ácaros, das loucas mariposas, sopra em ruínas e trilhos de trem, matos e rios, estradas e vazios, e seus temores nada mais que as traças, traças que amam e amando roem, roem os sonhos, roem o sexo, roem a infância, roem o amor, deixam caminhos de pavor, Mamãe me quer menino de cabelos limpos, papai me quer cão adestrado, role, busque, abane o rabo, que tenha nome de doutor, e no cil, cadelas me acompanhem ao desfilar viril.

Menino do porão, de nódoas, cirandas fantasmagóricas, nos caminhos de traças, pratos quebrados, gritos guturais, adeus nos olhos, vergonha, vergonha, vergonha, brinquedos no alto do armário, bibelôs quebrados, unhas em carne, culpa, culpa, culpa, sonhos que se sonha sozinho.

domingo, 24 de julho de 2011

Superficialmente entregues, leves, eles,

Trágica alto piedade, desmamados impudicos ao sangue problemático,

Olhos brancos, nevoas de indelicadezas, bravos coléricos guerreiros do que te basta,

Do que te ata os anseios que escorrem dos poros de teu corpo só, mesmo essa estanca sendo um coração massacrado,

Essas mãos, braços, olhos, efeito algum causam, vazios, gestos vazios num copo espectral, não sinto, almas vazias não lhes sinto.

Me sorriem como o sol que se põem e leva meu calor, me abraçam como as águas de uma vala, que refrescam e alegram antes de percebe-te preso, só no vazio que te afoga e afaga, e se morre, é por ter desistido de nadar,

e fica sempre aquele falta de ar de "e se eu não tivesse parado de nadar?, aquele mar não me deixava flutuar..."

Escureço sempre, se minhas noites estão salpicadas de estrelas, é para que elas tombem, pois se não existissem, por elas eu não choraria, seria um escuro pleno, em meu cemitério de estrelas , bebo meu vinho amargo que escorrem nas minhas entranhas ardentes, vulcânicas,

Vivo num mundo onde amar é uma sina, comédia boba de criança tola, sou tolo e bobo, sofro feliz por sofrer,

E não se enganes, esse meu sorriso eufórico, minha cara boba de quem pouco se importa, é uma câimbra na face, é só angustia, é só para sorrir em quanto é só dor, por pelo menos sorrir e rir.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cessaram os temores, os horrores, abortei tudo o que tinha aqui para ter espaço só para você,

Morreu aquele velho ranzinza dos gatos, aquele medo do escuro, aquele medo de mim,

Estou lúcido , não sou uma nuvem , um sopro, um devaneio, sou teu, mas não sou teu ilusão. Aquele sopro, aquele olhar, aquele lugar que separei ao meu lado, aquela ave que apontei no vazio, ri-me debochei-me, tolo! Como sonhas criança!. E agora , posso rir novamente, não amargamente, mas posso dizer-me que não era ilusão.

É mais fácil dizer-me louco que dar-me uma explicação, mas era verdade, teu olhos, até mesmo tua voz!. Sou agora tudo que sempre amei, por que sou completo, sou repleto de você, sou eterno, sou o ar que tu respiras, infla-te o peito e sinta-me.

Os seres de mim bebem e dançam rodopiam em uma valsa louca, meu pan , meu vinho, meu eu mais belo, tornou-me real.

Esse sangue nas entranhas, era diferente, era sangue que sangrava, não esse que pulsa quente, o fenômeno vida, meu fenômeno vida, só agora é um fenômeno, só agora é vida.

Ontem quis-me sepultado, amanhã quero ao vento, depois quero ser terra, e logo sou paisagem, mas o que sei que sempre quero, é teus mais belos lábios sinceros, o precipício negro selvagem que devorou-me deliciosamente, esse olhos raros, devore-me amor, devora-me meu ar, devora-me meu sonho mais nobre, devora-me e me acolhe em tuas entranhas.

O fenômeno vida é o agora, fenômeno raro pouco. O que faz de teu pouco, teus segundos de existência, o que faz de teu fenômeno único pequeno raro, que faz de tua vida rápida , extraordinária, tua, estrela cadente?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Insônia insana claustrofóbica infância

Pesadelos acoitam-me as noites dês de criança, criança pequena sozinha criança,

Sonhos sombrios malditos, como arte de uma mente diabólica,

Ruas sórdidas as quais sempre noturnas não me permitem retornar o caminho de casa,

Serpentes , cobrem as ruas e escorem as janelas,

Demônios de horror indizível, invadem meu quarto na penumbra, estrupam-me seres torpes ignóbeis,

O punhal o qual reluzente empunha minha mãe, apunhala-me satisfeita, num rito familiar, divino, todos riem diante de meu cadáver,

E quando obstruosas forças num frenesi em sombras e calafrios o pavor de algo que me espreita , me domina, logo transporto-me sobre um corpo suarento, convulsivo, maluco, que para e brilha, os olhos mortos, e em minhas mãos, resta o sangue o punhal e o pavor.

Como tais requintes do horror embalam-me de criança a ninar-me?

Sou filho de terras ressequidas, inférteis, demônios fiéis?

Eis que em sonhos desgraça, em vida, palhaço maldito, desgraçado tu és filho do mal? Predestinado foi a carregar um punhal, e quando nega-o toma de tua navalha. Tu és filho da puta, tem flores que ninguém as vê, tem sede dos justos mas julgam-no injusto, tem a vida disposta a sacrificar-la para o bem, mas sacrificam-na por sacrificar.

Toma-te o papel que Deus lhe deu demônio ingrato, tantos querem estar em teu lugar, ceifando roubando e gozando.

Não quero ceifar quero amar! Não quero roubar mas me entregar a um amor coeso!

Inefáveis terras enternecidas tenho em mim, se sou filho da lua sou também do sol!

Sonhei tempo demais,

Me rendo, não sonho mais,

Me desfaço, despedaço-me,

Sou teu roda viva, louca, feroz,

Mas eu mesmo, morreu um resto por ai,

Num dia assim por aqui,

Num 13 cruel como acreditam os supersticiosos,

Morri indigente, não vazio, na danação.

sábado, 9 de julho de 2011


Um livro de um capitulo, sem definição adiante,

O nanquim escarlate derramado repentinamente pelo “criador” num frenesi, muda o percurso anterior,

Eis que teu sangue quente e jovial , mancha minhas paginas infantis, Assim morre junto a ti, um outro alguém . alguém que eu viria a ser, não sei quem.

Teus olhos doces, negros, ecoam em mim. Teus lábios fúnebres, teu silencio atormentador, rompem em mim.

Envergonharia tu quem sou hoje, talvez...Mas venho a crer que tu és parte da muralha de meu mundo oculto, tu és personagem inconsciente de meus wonderland´s.

Traga-me flores de onde estás, estou demasiado enjoado dos ares daqui. Meu amigo, estou só por aqui em meio a solitários, e ai, a solidão também lhe atinge?

Se sou quente e aprecio o frio, tu és o frio que aprecia o calor, e este ardor, veneno repentino, pulsa e segue teu fluxo, onde vais? Loucas alucinações, segue em direção ao coração, qual teu efeito? Não ah mais o que fazer, apenas esperar contaminar.

Extremidades se envolvem, observam-se , nada decidem mas seguem de cabelos revoltos a direção que o vento sopra, em silencio, imaginando, o que se passa naquele oceano frio quanto minhas águas quentes trazem flores dos rios que fluem ao verde obstruoso de meus olhos, até tuas águas as flores que trago, chegam despedaçadas em tuas ondas fortes, mas como poderia entender-las se entendes apenas de algas. E seguimos, tão íntimos e intocáveis.

Desejo-te mas não muito, vai ver é só o meu vazio habitual pedindo para ser preenchido,

Olhos latinos, brilho voraz, sussurros estrondosos,

Agrada-me teus beijos mas existe uma malícia que me põem a cismar,

Afasta-me certas palavras tuas, desejava um sabor mais inocente talvez, ou algo que me fizesse diferente, não mais uma aventura,

Foi o casual que se tornou freqüente, o ardente que pediu sentido pós queimar, opostos colidindo-se,

Desagrada-me pensar que talvez seja apenas um ponto fraco e não o meu toque,

Perturba-me pensar que tuas convulsões seja apenas uma perversão natural,

Percebo não poder te agradar demais, apagaria tuas chamas pecaminosas?

Mas o que tenho em mente? Por que incomoda-me tanto tais pensamentos, somos opostos sem sentido, não falamos a mesma língua elas mesmas entendem-se por si

Observo-o, penso, até onde vais? Encontro em mim tendências ao canibalismo, quero devorar-te, telo em mim, mastigar-lo. Não te desejo muito assim? Contradigo-me, passo a passo como num tango.