sexta-feira, 17 de junho de 2011

Meus joelhos doem, muito,

Meus olhos pouco vêem , muito sabem,

Minha boca tem sede, muita, muito tremula,

E tenho muita presa, corro, e não os vejo mover-se.

Meu peito doe, a angustia comprime-o as costelas,

Meu ar está longe, muito, não posso respirar,

Não entendo a calma, todos estão ruídos,

Não entendo a demora, a vida moída, miúda se esvai,

E ninguém nada, nada é, nada faz, nada sente, nada vive.

Enterrer le film en noir où votre vie?

OÙ VOUS enterrer le film en noir de votre vie? Le monde est noir le film de vos rêves.

Nanquim, café , aquarela,

Sons, musicas e visões,

Coração, pulmão, cérebro,

Medo, fome, ilusão

Sonhos, utopias, amores,

Sexo,drogas, cimento,

Contos de um bico de pena.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Me ponho a pensar aquilo o que o tempo esqueceu, a sentir o que o agora insiste em ser, perscrutando o depois, perquirindo-me, tu crescendo em minhas entranhas e teu cuspe quente em cada vaia de meu corpo, desejo seu toque tua pele na minha, assisto o filme de nossas utopias diante de meus olhos.

Chorando o talvez, desfaço as certezas, rindo do que sou , do que pensam que sou e do que querem que eu seja, guardando os que foram, abraçando os que irão, carregando os sonhos, abluindo as ilusões, nada será em vão. E neste mesmo segundo, observo vocês, atentamente, seus olhos tristes, seus gestos angustiados, e todas as boas noticias pouco duram, pouco mudam , e se mudou , os teus olhos continuam os mesmos, os gestos apenas um pouco mais treinados. E neste mesmo segundo temo os laços, sofro as trevas dos Deuses metafísicos, sangro nas correntes do cotidiano, vivo o que não sou no deserto das circunstâncias, urrando na anciã sobre o que elevam o certo elegendo o errático , vomito mareado a embriagues da realidade, sou insano compreendendo a vida, sou criança sonhando a felicidade, sou perverso desejando o fruto. O que falo é de um segundo, um segundo vago, de olhar vago, achando estar vazio, pouco sabem os segundos sobre mim.

terça-feira, 14 de junho de 2011


Vamos apenas criando, e enterrando nossa radioatividade em nós mesmos, hora ou outra seremos um grande tumor. Vamos permitindo, que criem os venenos para que possamos comprar os antídotos. Vamos permitindo que nossos filhos sejam mutações radioativas dos nossos próprios antídotos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Quando não estou gozando o mel de tuas palavras, tudo se torna pequeno, hirto. A morfologia da minha existência se torna complexa. Tomo minha carraspana num vazio e me torno ilusão. Quando por acaso estou apreciando em meio ao verde o sol enternecido e não a noite fria, abrumada, em outros tempos logo desejava seguir estrada sem rumo, para por acaso te trombar. E agora... Essa estrada ainda se estende aos meus olhos febris, mas nela você ao meu lado.

Ambos sabemos que tudo isso pode ser apenas uma loucura, uma angustia interior que nos deu um placebo. Mas acreditamos na mesma loucura, como o mundo acredita na loucura a qual se vive essa histeria coletiva concretizada.

Nossas figuras iconoclastas tumefactas de amor e utopias, esgouridos por harmonia e liberdade, intrico-inerentes.

Apenas sou real por que você acredita em mim. Eu acredito em você.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Durante a escuridão provocante, que aos olhos desavisados suprimem , e o silêncio urbano, que invade como fumaça os quartos as, ruas e todas as muralhas, durante o pulo de um gato , a morte de um homem, o sono de uma criança, e o gozo de uma puta, desapareci entre as cobertas e nada mais existia, como a carne podre deste mundo pode deixar de escorrer sobre mim, mesmo eu ainda permanecendo aqui? Você me põem em mistérios de criança, te toquei durante a noite, senti seu arfar e beijei suas pálpebras baú de nossos segredos. Não visto mais meu luto e não luto de luto, tenho prazer em ter o caos em minhas mãos e ser o louco do mundo com as entranhas reviradas, pois agora possuo todos meus membros, e é eu que irei revirar entranhas. Eu te esperei, por que luto exposto, e precisava de você para possuir meu couro. Mas agora sonhe Apolo, sonhe as loucuras sem razão, suas luzes que te queimam as guarde comigo por hora, tocarei de tua lira para que seja acolhido e não tenha mais as mãos em carne viva, descanse pois temos uma eternidade a percorrer , e este caminho é demasiado longo, mas de forma alguma me será cansativo, estarei vivo mesmo pós a morte, tenho você em mim.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pareceria sadismo de certo, se eu disser que acho fascinantes esses teus olhos e lábios tristes, refletidos em águas plácidas, solidas de um espelho que muda seu interior conforme a gente que de frente observa submerso, teu mundo, e nestes olhos de sonhos esféricos suas angustias e utopias escorem ao peito, e eu , entre a respiração que me falha, engulo suas lagrimas fascinado, guardando-as ao peito, tocando seus lábios na imaginação. A verdade é que, teu raro sofrer igualmente me domina, e nesta chama orgulho-me em queimar.

A um amigo.


quarta-feira, 1 de junho de 2011




Permaneço na mente, não estou armado e não me permitem sair, permaneço num paradoxo, carrego sabores alucinógenos, permaneço intensamente, não de quem mente, daqueles que sentem e sabem, eu sei o que falta, mas espero que você saiba também. Não existe clichês se você sempre viveu ausente, permanentemente não banalizará as palavras se angustiosos sonhos te fazem delirar em terra firme, só peço que te permita, e não se assuste, a principio as formas dos que viveram em sombras catatônicas apresentam-se abstratas, sua voz ecoa destorcida, mas seus olhos contem brilho, seus gestos não condizem com o que tenta dizer, mas apenas tenta dizer amor, depois, pode pensar que não existe mais mistérios, mas é quando sua capacidade de acreditar que existe se dissipou apenas em imagens, mas se isso não acontecer, solidificará edificando-se cupulares e extraordinárias estruturas, amor é harmonia, uma nota que ressoa perpetuamente.