terça-feira, 12 de outubro de 2010

Nanquim & Aquarela



Ilustrações Marcelo Felipeti J

Um texto que diz Gnomos outro Solidão

De repente um clarão, um vermelho entre os galhos
num crepúsculo frio de verão. É o ultimo adeus do sol entre as nuvens, dando lugar logo a escuridão,
Não demora, os vaga-lumes surgem, Pã comemora, chamando então fadas, ninfas, duendes, centauros e caiporas,
Logo o vento corrobora , ao sopro da flauta de Pã, ecoa pela mata afora,
O chá está servido, mel, frutas, castanhas e avelãs.
Repentinamente entre as folhas secas ao chão, abrem-se portas musguentas de supetão, outros seres da escuridão chegando para reunião, bruxos elfos e gnomos, cantando em coro o canto das sereias em prantos,
Alguns dançando em torno do caldeirão, uma espécie de sarabande, corujas cantando de montão, num mundo paralelo onde não a vilão.



O frio que me cobre sendo manto que me protege, entorpece-me, enlouquece-me, estou por toda parte olhando ao longe, e só o que vejo é que estou longe.
Colhi todas as flores que estavam ao meu redor, agora estão todas mortas e você nem sequer as viu. Em todos os belos lugares ao qual já estive, guardei o teu lugar ao meu lado, e você jamais soube que lá aviam as estrelas mais raras e o verde mais verde, era tudo seu.
Imaginei diversas vezes qual seria teu perfume, e como me olharia quando eu não estivesse vendo. Apenas o cheiro que sinto é de meus cigarros que me acompanham e me preenchem quando já não existe mais nada dentro de mim.
Está musica seria perfeita ao seu lado, e se você disse-se que me ama com seus olhos e simplesmente me abraça-se, eu saberia que é você, e saberia que enfim, está neblina esvaneceria este nevoeiro que me cerca daria lugar para o brilho de seus olhos. Aquela canção francesa faria sentido, aquele filme não mais seria repetido.
Mas só o que vejo é mentira, ilusão e neblina, toda essa fumaça...


texto e fotografia Marcelo felipeti j

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Velhos amigos




Como num filme, quando a câmera se afasta vagarosamente em um clima dramático, deixando para trás um de seus personagens, que olhando fixamente para câmera inexpressivo esvanece-a entre a neblina das saudades. Você sente que não mais tornará a ver-lo novamente, sente que por mais que lute se rebata, e grite o filme já está feito, e nele, este personagem já esta destinado a ser um coadjuvante. Tal qual, nem ele mesmo parece perceber, ou simplesmente não se importa.
Sinto saudades, palavra a qual inflama o coração ao pronunciá-la, saudade... Saudade palavra doce cheia de amor, palavra cujo português enriquece-se ao possuir-la, palavra que me enche a alma.
Desluzir-se-á todos aqueles que um dia me cativaram, porem... levianos ao nosso elo pois já construído firmemente em meu coração, sua luz permanecerá no nevoeiro de um passado, no entanto, não deixarei de observá-los, tristemente em espreita, para quando a qualquer momento que surgir nesta nova pessoa a qual não mais conheço, aquela que no passa me cativou, tomar-vos-ei em meus braços como voltastes dos mortos e os amarei como se nunca tivessem me abandonado.


Texto e Fotografia Marcelo Felipeti J