sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dama Crepuscular

Ofegante, de olhos semi-serrados... Suores de volúpias ou de morte, move-se como um polvo convulso, olhos de medusa queres me penetrar dizendo-me “Mistério se esconde, pois tem olhos tímidos e dentes afiados, mas na verdade, gosta de brincar.”
Um sopro emudece o tempo e o movimento torna-se lento, teu veneno vai me consumindo, o crepúsculo vai abrindo portas que apenas teus olhos me permitem entrar. Teceram o véu, maligno que nos atordoa, um véu que nos cobre e nos cospe a cara dizendo-nos mito, mas ainda sinto teu olhar sobre mim, e ouço teus gritos abafados pelas paredes de meu peito, e esse teu veneno
benigno, ainda me consome, ao menos.



















Texto & Ilustração : Marcelo Felipeti J




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