domingo, 27 de junho de 2010

Cólera


Sentei-me ao lado, deste, daquele, talvez um que optou pelo o que não optei, pensou o que estou pensando, mas agora quem são eles? Para onde passos e cruzados, mortos talvez, mas indiferentes sentados ao nosso lado.
Uma angustia incessante atordoa a mente e logo tudo se vê escarlate, vozes, um suspiro, um nó, um olhar um espelho e raios e fumaça, no fim um zumbido que acompanha essa dor que, também lhe atinge através dum punhal, adeus.
Cuspindo um veneno que soa nas entranhas, não o vejo, nada mais vejo, apenas quero ódio sei ser mostro, adeus.
Por que olhaste tal semblante com desprezo, fodeu-me em nu artístico uma suplica de teu semblante estraçalhado refletido em meus olhos túmidos de angustia.
Grita tão alto quanto o pulso que, jorra teu sangue escorrendo pelas curvas de teu corpo, está bem você foi ainda mais cruel.
Para onde teto, chão, cão selvagem és mal alimentado de espírito meu amor pede dor de amar dor e ser dor por dor.
Não suplico, nem indico mais um olhar, tenho tuas penas em meus lábios e as minhas asas queimam agora sem poder voar.
Colérico colore-me um céu vermelho, logo se torna cinza e me diga, para onde?
Sofra essa vida de sofrer por sofrer, dor por doer e ser por ser, nascer para morrer.
Texto e Fotografia: Marcelo Felipeti J

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