terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Por relume imiscível dos ícones gloriosos da cúspide piramidal,
Aos escravos rambles pelo pão,
Por antropofagia dos semideuses
Pelo berço desmamado,
Pela miséria velada,
Pela angustia desprezada,
Pela mentira disseminada,
Pelos valores invertidos,
Por alguns trocados,
Pela terra cimentada infértil,
Pela natureza mercantilizada,
Pelo povo desumanizado,
Pela coragem esvaecida,
Pelos frutos apodrecidos,
Pelo futuro desprovido,
Pela sangue humilhado,
Pelas mãos atadas a ignorância,
Pela essência perdida da arte, do povo, da vida,
Pela dor vitalícia,
Pela doença de morte,
Pelas ruínas de infância,
Pelos sonhos jacosos,
Pelo amor perdido,
Pelo amor intocado,
Pelo amor inexistente,
Por quando me perguntam se estou bem,
Por ironicamente rir, e dizer que estou bem.
Por isso meus dedos em carne viva,
Por isso, o meu falar disparatado,
Por isso, os meus silêncios abismais,
Por isso, minha famélica impulsividade,
Por isso, meus toques, tiques,
Por isso, minha fervorosa utopia,
Por isso,minha dor de estomago,
Por isso,minha dor de cabeça
Por isso, nunca choro, por arder-me constantemente, por chorar calado dentro da alma icontente.

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