sexta-feira, 29 de julho de 2011

Fiasco de criança

Sombras tremulas, espectrais revelam-se abismais, essas tais, rascunhos de infância, fiasco de criança, na caixinha nenhum brinquedo, bailarina manca dança e dança, embriagada sua musica de fadas, na caixinha jóias de menina, vazio das horas, ruas noturnas povoadas de sombras soturnas, em noites serpentes luziam em sonhos no ninho, pueril criança, feita de ácaros, das loucas mariposas, sopra em ruínas e trilhos de trem, matos e rios, estradas e vazios, e seus temores nada mais que as traças, traças que amam e amando roem, roem os sonhos, roem o sexo, roem a infância, roem o amor, deixam caminhos de pavor, Mamãe me quer menino de cabelos limpos, papai me quer cão adestrado, role, busque, abane o rabo, que tenha nome de doutor, e no cil, cadelas me acompanhem ao desfilar viril.

Menino do porão, de nódoas, cirandas fantasmagóricas, nos caminhos de traças, pratos quebrados, gritos guturais, adeus nos olhos, vergonha, vergonha, vergonha, brinquedos no alto do armário, bibelôs quebrados, unhas em carne, culpa, culpa, culpa, sonhos que se sonha sozinho.

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