sábado, 19 de novembro de 2011

Preparei um chá de maçã e canela para acompanhar-me, a chuva está constante, incessante, abundante. Pus aceso um incenso e jasmins para misturar-se ao perfume da chuva. A musica é composta pelo tilintar do carteiro do vento e os gotejos.


A cidade inteira está mergulhada em sua atmosfera, úmida, melhor ainda sentem, aqueles que como eu, estão sentados de fronte a uma janela, bebericando uma bebida quente, e registrando-a, em devaneios tatuados por uma velha maquina de escrever.


Mistura-me um sabor de tédio calmo, com o primeiro trago de ar pós ondas tempestuosas, e a tristeza abtual.


Estou só, eu , o papel, a chuva, a maquina velha, o chá, a janela, a paisagem e os pesares. Estando só , é que percebo que estou completo, quando minha solidão invade, estando só , colore todo o ambiente, com meus tons. Em meio a multidões, não passam de uma solidão amontoada, um borrão de tintas desamorniosas, conflitantes.


Hoje não acordei pensando na morte, acordei pensando em sonhos , os que uma onda fria de realidade os apagaram no tempo, sinto saudades do sabor da inocência.


Porém, se ainda me permito estar vivo, é que tenho sonhos, se tenho sonhos, tenho inocência, e se tenho inocência, ainda existem ondas frias.


De repente me sobe uma agonia de levantar e viver, de para de escrever, de levantar e correr para um boteco mais próximo, ao encontro de um amigo lógico, mas não parei de escrever, talvez seja isso aqui que me é viver.

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